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| Bianca |
Tudo começou quando eu tinha uns seis anos de idade,minha avó materna comentou com os meus pais,que eu estava meia "torta".
Fui levada ao pediatra,onde foi constatado escoliose.Logo a pediatra me encaminhou para um especialista de coluna,Dr.Sílvio Carlos Ferreira,quem faz meu acompanhamento até hoje.
Tirei alguns raios-x,e logo o médico disse que eu teria de usar um colete ortopédico(eu deveria ter por volta de 7 aninhos).
Ah,a aceitação não foi nada fácil,chorei muito,mas muito mesmo,não queria usá-lo,na época nem sabia direito o nome da minha doença,e não me importava com ela,nem um pouco!
Fui tirar o molde,até hoje lembro,nossa,aquele gesso,geladoooo,e eu lá,rs.Logo ficou pronto,e o médico avisou que o colete tinha que ser usado 23 hrs ao dia,ou seja,escola,dormir,tudinho com o colete.
Lembro-me que estava no final da primeira série,o primeiro dia de aula,a insegurança,o medo de alguém perceber algo,falar,debochar,nem lembro direito o que passava pela minha mente.
Primeiro dia de aula,foi tranquilíssimo,ao contrário do que eu imaginava ninguém falou nada,só tenho a agradecer a esta turma,que me acompanhou da primeira a quarta série,pessoas excelente,que NUNCA me destrataram ou debocharam de mim pelo fato do colete,nunca mesmo,só tenho a agradecer.
Mas queira ou não,desde o momento que eu comecei a usar o colete,tudo muda,o jeito de você dormir,sentar,as roupas,eu comecei a comprar roupas mais larguinhas,pois o colete era por baixo da roupa,então disfarçava melhor.Enfim,tudo começa a mudar,o emocional principalmente,muda muito.
Usei este colete dos sete aos 10 anos,sempre com acompanhamento do médico,tirando raios-x e etc.
Com onze anos,outro terror à vista:
Primeiro:Mudança de escola,turma e tudo mais.
Segundo:O colete já estava pequeno.
Fiquei um tempinho sem colete,o tempo mais feliz da minha vida,rs,pelo fato dele estar pequeno,tinha que fazer outro,mas nisso eu tinha esperança do médico tirar o meu colete,coisa que infelizmente não aconteceu,pelo contrário,ainda tinha muita coisa por vir.
(Lembrando,eu já fazia diversas coisas à pedido do médico,dança,natação,ballet...)
Minha esperança foi resumida a mais lágrimas de tristeza depois do pedido de outro colete.
E agora?Outro?E os meus amigos da escola?O que vão pensar?
Não tinha jeito,infelizmente era outro e pronto!
Lá fomos nós,outro colete,outro drama...
Colete pronto,comecei a usar.
**Muito medo-Temida cirurgia
Usei o bendito colete até os 13 anos.
Mês de Março,o médico chamou meus pais ao consultório,eu não fui junto.
Mas eu não tinha nem ligado,não tinha nem perguntado o que o médico queria,rs,olha o interesse da pessoa.Foi quando meu pai me chamou na cozinha,sentamos à mesa,e ele me deu essa noticia terrível,teria que operar.
Meu chão desapareceu,o medo tomou conta de mim,e eu não consegui segurar minhas lágrimas,chorei rios,fui dormir chorando,para uma menina magrelinha,medrosa,não consegue nem ver uma agulha,passar por uma cirurgia era demais.
Chorei,chorei,enfim consegui dormir.
Foi quando eu acordei,parei,e pensei,poxa,eu tenho que viver,não vou ter medo não,vou passar por isso de cabeça erguida,e se nada der certo,eu vou continuar bem do mesmo jeito,com a ideia de que fiz o possível por mim.
Desde então comecei a pesquisar pessoas com esse problema,que operaram,e tudo,conheci centenas de pessoas,troquei muuuuitos e-mails,recados,vi vídeos no YouTube,e isso foi me tranquilizando.
Já estava conformada.O convênio enrolou um pouco,então demorou alguns meses pra estar tudo certinho.
25 de Setembro de 2010...O dia chegou!
A cirurgia seria em São Paulo capital,deve ser umas duas horas e meia de carro,daqui de São Vicente(litoral)até São Paulo,mas fomos do mesmo jeito.
Não estava com medo,não mesmo,no máximo com sono,muito sono.
Cheguei lá,os funcionários nos encaminharam(eu,minha mãe e meu pai)ao quarto onde eu ficaria depois da cirurgia.
Ficamos lá uns três minutos,quando chegou uma enfermeira,me deu um sabonete líquido,e pediu pra mim tomar banho com ele,e depois colocar a **roupa que ela ia me dar**.
(**Roupa que ela ia me dar**:Aquele vestido super moderno,vestido não,avental mesmo,aquela coisa feia,que ficava imenso em mim,sabe qual é?Que nos mandam colocar quando vamos tirar raio-x.,esse negócio mesmo,super lindo,rs.)
Continuando...Tomei o banho,e coloquei o avental(não sei o nome),depois de uns dois minutos,entra uma mocinha muito simpática,pelo menos era o que eu achava até ela dizer a seguinte frase:
-Olá Bianca,sou a Larissa do Banco de sangue,e....
OPA!BANCO DE SANGUE?! #AiMeuDeus!
Não deu outra,ela já veio querer me espetar,mas fazer o que né?
Uma picadinha não dói nada,é,uma picadinha não,mas o que dizer de sete?!
SETE!
A Larissa,me deu sete agulhadas e não conseguiu achar minha veia,pelo amor de Deus!
Foi quando ela falou que não iria mais tentar,porque já era judiar,então pensei,uuufa,ainda bem,me livrei!
Mais um tempinho no quarto,veio o enfermeiro com a maca,deitei nela,e dei tchau pros meus pais(isso era cedo,no máximo umas oito horas).
Entrei na sala,me lembro bem como era,muito grande,cheio de médicos,equipamentos,máquinas,tudo muito limpo.
Foi quando veio o anestesista e perguntou pra mim se conseguiram colher meu sangue,eu disse que não,então lá veio ele tentar,tentou uma,não achou a veia,na segunda tentativa conseguiu,que alívio,colocaram uma máscara em mim,e em menos de vinte segundos,apaguei.
Fui levada ao pediatra,onde foi constatado escoliose.Logo a pediatra me encaminhou para um especialista de coluna,Dr.Sílvio Carlos Ferreira,quem faz meu acompanhamento até hoje.
Tirei alguns raios-x,e logo o médico disse que eu teria de usar um colete ortopédico(eu deveria ter por volta de 7 aninhos).
Ah,a aceitação não foi nada fácil,chorei muito,mas muito mesmo,não queria usá-lo,na época nem sabia direito o nome da minha doença,e não me importava com ela,nem um pouco!
Fui tirar o molde,até hoje lembro,nossa,aquele gesso,geladoooo,e eu lá,rs.Logo ficou pronto,e o médico avisou que o colete tinha que ser usado 23 hrs ao dia,ou seja,escola,dormir,tudinho com o colete.
Lembro-me que estava no final da primeira série,o primeiro dia de aula,a insegurança,o medo de alguém perceber algo,falar,debochar,nem lembro direito o que passava pela minha mente.
Primeiro dia de aula,foi tranquilíssimo,ao contrário do que eu imaginava ninguém falou nada,só tenho a agradecer a esta turma,que me acompanhou da primeira a quarta série,pessoas excelente,que NUNCA me destrataram ou debocharam de mim pelo fato do colete,nunca mesmo,só tenho a agradecer.
Mas queira ou não,desde o momento que eu comecei a usar o colete,tudo muda,o jeito de você dormir,sentar,as roupas,eu comecei a comprar roupas mais larguinhas,pois o colete era por baixo da roupa,então disfarçava melhor.Enfim,tudo começa a mudar,o emocional principalmente,muda muito.
Usei este colete dos sete aos 10 anos,sempre com acompanhamento do médico,tirando raios-x e etc.
Com onze anos,outro terror à vista:
Primeiro:Mudança de escola,turma e tudo mais.
Segundo:O colete já estava pequeno.
Fiquei um tempinho sem colete,o tempo mais feliz da minha vida,rs,pelo fato dele estar pequeno,tinha que fazer outro,mas nisso eu tinha esperança do médico tirar o meu colete,coisa que infelizmente não aconteceu,pelo contrário,ainda tinha muita coisa por vir.
(Lembrando,eu já fazia diversas coisas à pedido do médico,dança,natação,ballet...)
Minha esperança foi resumida a mais lágrimas de tristeza depois do pedido de outro colete.
E agora?Outro?E os meus amigos da escola?O que vão pensar?
Não tinha jeito,infelizmente era outro e pronto!
Lá fomos nós,outro colete,outro drama...
Colete pronto,comecei a usar.
**Muito medo-Temida cirurgia
Usei o bendito colete até os 13 anos.
Mês de Março,o médico chamou meus pais ao consultório,eu não fui junto.
Mas eu não tinha nem ligado,não tinha nem perguntado o que o médico queria,rs,olha o interesse da pessoa.Foi quando meu pai me chamou na cozinha,sentamos à mesa,e ele me deu essa noticia terrível,teria que operar.
Meu chão desapareceu,o medo tomou conta de mim,e eu não consegui segurar minhas lágrimas,chorei rios,fui dormir chorando,para uma menina magrelinha,medrosa,não consegue nem ver uma agulha,passar por uma cirurgia era demais.
Chorei,chorei,enfim consegui dormir.
Foi quando eu acordei,parei,e pensei,poxa,eu tenho que viver,não vou ter medo não,vou passar por isso de cabeça erguida,e se nada der certo,eu vou continuar bem do mesmo jeito,com a ideia de que fiz o possível por mim.
Desde então comecei a pesquisar pessoas com esse problema,que operaram,e tudo,conheci centenas de pessoas,troquei muuuuitos e-mails,recados,vi vídeos no YouTube,e isso foi me tranquilizando.
Já estava conformada.O convênio enrolou um pouco,então demorou alguns meses pra estar tudo certinho.
25 de Setembro de 2010...O dia chegou!
A cirurgia seria em São Paulo capital,deve ser umas duas horas e meia de carro,daqui de São Vicente(litoral)até São Paulo,mas fomos do mesmo jeito.
Não estava com medo,não mesmo,no máximo com sono,muito sono.
Cheguei lá,os funcionários nos encaminharam(eu,minha mãe e meu pai)ao quarto onde eu ficaria depois da cirurgia.
Ficamos lá uns três minutos,quando chegou uma enfermeira,me deu um sabonete líquido,e pediu pra mim tomar banho com ele,e depois colocar a **roupa que ela ia me dar**.
(**Roupa que ela ia me dar**:Aquele vestido super moderno,vestido não,avental mesmo,aquela coisa feia,que ficava imenso em mim,sabe qual é?Que nos mandam colocar quando vamos tirar raio-x.,esse negócio mesmo,super lindo,rs.)
Continuando...Tomei o banho,e coloquei o avental(não sei o nome),depois de uns dois minutos,entra uma mocinha muito simpática,pelo menos era o que eu achava até ela dizer a seguinte frase:
-Olá Bianca,sou a Larissa do Banco de sangue,e....
OPA!BANCO DE SANGUE?! #AiMeuDeus!
Não deu outra,ela já veio querer me espetar,mas fazer o que né?
Uma picadinha não dói nada,é,uma picadinha não,mas o que dizer de sete?!
SETE!
A Larissa,me deu sete agulhadas e não conseguiu achar minha veia,pelo amor de Deus!
Foi quando ela falou que não iria mais tentar,porque já era judiar,então pensei,uuufa,ainda bem,me livrei!
Mais um tempinho no quarto,veio o enfermeiro com a maca,deitei nela,e dei tchau pros meus pais(isso era cedo,no máximo umas oito horas).
Entrei na sala,me lembro bem como era,muito grande,cheio de médicos,equipamentos,máquinas,tudo muito limpo.
Foi quando veio o anestesista e perguntou pra mim se conseguiram colher meu sangue,eu disse que não,então lá veio ele tentar,tentou uma,não achou a veia,na segunda tentativa conseguiu,que alívio,colocaram uma máscara em mim,e em menos de vinte segundos,apaguei.
Quando abri meus olhos,muito tonta ainda,fiquei muito feliz,perguntei se tinha dado tudo certo,me responderam que sim,não sei quem falou,estava super tonta,e cai no sono novamente.
Fiquei sete dias no hospital,eu tive dores SIM!Mas nada perto do que eu imaginava.
Operei sábado,voltei sábado,quando cheguei em casa algumas pessoas passaram aqui pra me ver.
Realmente eu estava feia,cheia de olheiras e com o braço roxo(graças a moça aparentemente simpática,mais conhecida como Larissa ¬¬).
As dores me acompanharam durante duas semanas,nada mais que isso.
Hoje me sinto muito bem,feliz da vida,sem colete,tenho minha cicatriz sim,mas não ligo pra isso.
Tinha 74° graus,e hoje tenho 18º.
Voltei a fazer natação,e to muito bem ;)
Texto Escrito por Bianca Moura.
