segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

A história de Keila Vitorino

Olá galerinha! Hoje temos mais uma guerreira contando sua história.
Keila Vitorino


Meu nome é Keila, tenho 19 anos, moro em Rondônia e sou estudante de biomedicina. Desde que me conheço por gente convivo com a escoliose, ela foi descoberta quando eu tinha 2 anos. Nessa época minha mãe viajou para o ES em busca de tratamento, usei o colete milwaukee até 4 anos de idade, mas era difícil para as pessoas que me amavam ver uma criança usando aquilo, eu comecei a emagrecer demais e meus pais preocupados resolveram tirar, e eu fiquei sem nenhum tipo de tratamento por muito tempo (não culpo meus pais, eles tinham pouco conhecimento sobre a escoliose e poucos recursos financeiros também). Eu cresci tentando ignorar completamente a minha até então inimiga, a minha infância foi ótima e não tenho nada que reclamar, os problemas começaram na adolescência. Nesse período eu comecei a ter raiva dela e de como ela deformava meu corpo, me isolei por um tempo, não tinha muitos amigos, era extremamente tímida e autoestima zero, era deprimida. Quando eu tinha 15 anos comecei a sentir dores (nessa época meus graus já eram realmente graves, mais de 90), fui de um médico a outro no meu estado, até que um especialista em coluna disse que o tratamento era cirurgia, mas que aqui no meu estado não seria feita. Começou então a luta com o TFD (Tratamento Fora Domicílio), que acabou indo pra defensoria pública, mas enfim consegui minha cirurgia no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto. No dia 24 de junho de 2011 minha cirurgia foi realizada, 10 horas de duração e foi um sucesso. A recuperação teve seus altos e baixos, tendo que tomar 2 bolsas de sangue e aguentar uma gastrite medicamentosa que me fez ficar uma semana a mais no hospital, foram 15 dias internada e mais 15 dias numa pousada me recuperando para voltar para RO. Hoje tenho duas hastes de titânio e 14 parafusos, cresci 9 cm de altura com a cirurgia e meus graus diminuíram muito.
        Eu sempre me perguntei o porquê de ter passado por tudo aquilo e agora eu sei, tudo isso me fez amadurecer como nada mais faria, o momento mais feliz da minha vida foi quando dei meus primeiros passos depois da cirurgia. Eu tinha medo da escoliose e quando soube da cirurgia a primeira coisa que pedi a Deus foi que tirasse qualquer medo que surgisse porque eu confiava nele  e desse modo foi, eu entrei sorrindo na sala de cirurgia e nada me deixa tão feliz como saber que era Ele que segurava a minha mão. Hoje eu fico feliz por ter escoliose, porque ela fez de mim uma pessoa melhor.